Deixar a cliente plantada na recepção, atendê-la com o cabelo desgrenhado e fofocar sobre os colegas são alguns dos erros imperdoáveis. A penitência? Ver o movimento do salão despencar e o da concorrência crescer. Evite os piores equívocos.
1 - Sugestões furadas
Na ânsia de faturar ou de mostrar conhecimento sobre as novidades do mercado, alguns profissionais oferecem tratamentos dispensáveis - hidratações ou máscaras desnecessárias, por exemplo - ou produtos inadequados sem nenhum resultado efetivo. É questão de tempo para que o feitiço vire contra o feiticeiro, pois se o freguês ficar insatisfeito, certamente vai exigir um ressarcimento, seja em dinheiro ou em serviços. "Esse tipo de atitude é extremamente arriscada e fere a credibilidade do cabeleireiro, o que conseguentemente leva ao comprometimento da empresa e da equipe em si, pois a cliente pode, no futuro, não procurar ou não ter mais confiança no estabelecimento", diz Flavia Mendes, do salão Metamorphose Cabelo & Maquiagem, de Brasília, e professora de Modelagem Básica no curso de Visagismo e Estética Capilar do Centro Universitário UDF, na mesma cidade. Para Flávia, manter a confiabilidade é de extrema importância, pois oferece à freguesia mais segurança e conforto no momento da execução do serviço, além de permitir que ela fique à vontade e aberta a novas sugestões.
Sem contar que, em muitos casos, o consumidor percebe quando o profissional tenta iludi-lo, já que não são poucos aqueles que buscam informações em revistas e sites especializados. O hairstylist que faz um diagnóstico capilar detalhado não só consegue recomendar os melhores produtos, como ainda é capaz de fidelizar a clientela. Caso alguma sugestão se mostre equivocada ou não seja apreciada, o melhor é devolver o dinheiro ou oferecer algum procedimento de valor equivalente para compensar.
2 – Espera interminável
Conhece aquele ditado
jocoso: “Sou pobre, mas sou limpinho”? Pois ele deve ser seguido à risca. Por
mais simples que seja o estabelecimento, a limpeza deve ser peça-chave de sua
rotina. Talvez, entre os pecados aqui enumerados, esse seja o mais grave.
Ninguém gosta de entrar em um espaço com o objetivo de ficar mais bonita e se
deparar com fios de cabelo no chão, utensílios sujos e desorganização. Pior
ainda é atender as pessoas com as mãos cheirando a cigarro ou outros odores
indesejáveis, como produtos químicos e de determinados alimentos.
Salão já tem certa fama de
ser um local propício para as fofocas, não é mesmo? Então é sempre bom tentar
apagar essa má impressão. Porém alguns hairstylists não perdem a chance de
destilar sem dó comentários venenosos sobre colegas de outros locais. “Essa é
uma atitude extremamente deselegante, sinônimo de falta de profissionalismo”,
lamenta a consultora de etiqueta Célia Leão, de São Paulo. Ela acredita que
tanto mais estrelado o local, maior o comprimento das línguas, pois vários
cabeleireiros do tipo “celebridade” atendem estrelas da TV e querem mostrar que
são melhores do que os “rivais” – daí detonam o visual da atriz da novela das
nove, o novo corte da apresentadora e por aí vai. E se esquecem, porém, que nem
todo mundo se interessa por esse tipo de informação – o que pode pegar muito
mal, já que, segundo Célia, alguns clientes podem interpretar as maledicências
como um traço de caráter e ainda pensar: “Se ele detona assim os amigos de
profissão, é bem capaz de fazer o mesmo em relação aos frequentadores do salão”.
Para que arriscar?
5 – Celular inconveniente
Depois da escova progressiva
e da internet, o aparelho de telefone móvel é, sem dúvida, uma das invenções contemporâneas
mais incríveis. Pena que muita gente não tem bom senso na hora de usar...Infelizmente,
muitos cabeleireiros, de olho na otimização do tempo, aproveitam para resolver
pendências ou conversar com os amigos enquanto aguardam um descolorante fazer
efeito ou entre uma tesoura e outra. E o pobre cliente fica ali, ouvindo coisas
que não lhe interessam nem um pouco. O ideal, segundo Márcio Mello, sócio do
salão carioca Éclat, é que o profissional primeiro pergunte se pode ou não
falar, já que o atendimento deve ser parado momentaneamente. “Toda a atenção
deve ser devotada aquém está na sua cadeira”, justifica. “No Éclat sugerimos
aos funcionários que só atendam o celular em caso de emergência. Mas pedimos
que resolvam tudo rápido”, conta. O colaborador deve se organizar para não
atrapalhar. E, vale lembrar, ligações distraem e aumentam o risco de causar
falhas no atendimento.
6 – Aparência desleixada
7 – Falta de discrição
Não é raro que o contrário
também aconteça, ou seja, a manicure ou o coiffeur revelem detalhes da própria
vida. Se há uma certa amizade com o freguês, ok. O problema é quando não existe
nenhum tipo de intimidade...”A estrela, no momento do atendimento, é o cliente.
Ele deve fica à vontade para falar o que pensa. O hairstylist tem apenas que
abrir os caminhos para fazer com que se sinta bem. O que não é nada difícil,
desde que se use as técnicas certas”, avalia a consultora. Carla comenta que
existe uma diferença entre ser “amigo” e ser profissional. É preciso ter a
exata noção de que quem vai ao salão busca mais que um tratamento de beleza. Os
cliente também querem atendimento especial e atenção. Isso não significa que
desejam ser “amigas” de seu cabeleireiro. E, por ultimo, um aviso importante:
em geral, clientes gostam de falar mais de si. O hairstylist deve estar atento
para não mudar o foco dela para o próprio umbigo, o que pode, sim, afastá-la de
vez.
Fonte: Revista Cabelos & Cia - Agosto 2009
2 – Espera interminável
Acredite se quiser: há quem
ache lindo ver a recepção cheia de mulheres sentadas, aguardando a vez de serem
atendidas...Na opinião deles, essa superlotação é sinônimo de salão concorrido.
Não é bem assim: dependendo do tempo de espera, pode significar incompetência,
atraso e falta de habilidade por parte da gerência em administrar a agenda.
“Cada profissional tem o seu timing. Alguns são detalhistas e fazem questão de
acompanhar todas as etapas de um alisamento, por exemplo. Outros contam com a
ajuda de assistentes. Saber dimensionar o tempo que demoram os atendimentos é
fundamental para não cometer atrasos”, diz consultor de gestão de salão Paulo
Bresciane, da Primeira Assessoria, em São Paulo. “E é importante o cabeleireiro
ter em mente também que cada cabelo responde às técnicas de um jeito. Não se
pode ignorar a possibilidade de imprevistos acontecerem.” Caso o atraso seja
inevitável, o freguês deve ser tratado com o maior carinho possível. Isso
inclui desde explicar o que houve, oferecendo café e revistas para sua
distração, até adiantar procedimentos como a lavagem dos fios. “Que tal
agradá-lo com uma massagem capilar?”, sugere Paulo. Ele avisa que a
recepcionista tem de ser treinada para tomar a frente das situações. “Isso deve
acontecer principalmente na primeira vez em que a cliente vai ao
estabelecimento”, conta. Ou seja, a funcionária pode convidá-lo para conhecer as
dependências, tomar um suco...Marido e sócio da cabeleireira Marcia Maria,
proprietária do salão paulistano de mesmo nome, Bresciane contratou auxiliares
para lidar com prováveis atrasos de serviços de mão e pé. Enquanto a manicure
termina a unha de uma, a auxiliar vai removendo o esmalte de outra. “Hoje a
concorrência é acirradíssima. Irritar a clientela com esperas intermináveis é
pedir para afugentá-la”, declara o consultor.
3 – Higiene precária
Para Marcos Coraza, gerente
geral do Gilberto Cabeleireiros, de São Paulo, asseio é imprescindível. “A
porcentagem de fregueses que fumam, hoje em dia, é muito baixa. Por isso,
mantê-los longe desse cheiro é nossa obrigação. Não permitimos que ninguém fume
dentro do salão, mesmo os frequentadores”, conta. Aliás, na capital paulista o
hábito de fumar em local fechado está proibido por lei. Outro ponto importante
são as refeições. “O almoço dos funcionários é esquentado apenas em
micro-ondas. Evitamos usar o fogão, que libera mais intensamente o aroma da
comida. Outro assunto importante é quando um novo empregado aparece com cheiro
forte nas axilas. Informamos a ele imediatamente para que tome uma providência
a respeito do assunto. “Marcos Coraza também faz questão de observar a
esterilização do material das manicures, que são instruídas a informar às
clientes que o salão obedece ao padrão de higiene obrigatório determinado pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os banheiros são
constantemente limpos e os fios, varridos logo depois dos cortes de cabelo.
4 – Língua Ferina 

Funcionários malcuidados acabam
com a fama e o glamour de qualquer estabelecimento. Quem tem coragem de
entregar as madeixas a uma cabeleireira com fios ensebados ou com cinco dedos
de raiz branca? Ou de fazer a mão com uma manicure de unhas ruídas? “Na minha
opinião, aparência pessoal é tudo. Não tem cabimento um profissional de beleza trabalhar
desleixado e desarrumado. Quando um cliente vai pela primeira vez ao salão e
não conhece o trabalho da equipe, o que vai passar confiança para ele é a sua
imagem”, diz o hairstylist Rodrigo Cintra, do Studio W Iguatemi. Excesso de
perfume, uniformes sujos e amassados e calçados velhos, por exemplo, também
causam péssima impressão.
7 – Falta de discrição
Há profissionais que, no
esforço de interagir com a clientela ou atrair sua simpatia, acabam tagarelando
demais. Cabeleireiro e manicures que ficam questionando sobre a vida pessoal,
sem que exista uma brecha ou receptividade para isso, soam totalmente
deselegantes. “Fazer perguntas íntimas é uma atitude muito delicada. É preciso
ter bom senso para saber até que ponto vai a liberdade que esse cliente lhe deu
e também qual o objetivo da questão. Se for por pura curiosidade ou por
especulação, é melhor pensar duas vezes antes de abrir a boca”, aconselha Carla
Macedo, publicitária, consultora e assessora de marketing de beleza para
salões, de São Paulo. Ela diz, no entanto, que é comum que no primeiro
atendimento o hairstylist questione alguns pontos para entender o estilo de
vida da mulher – assim pode sugerir um corte ou uma coloração compatível com
sua rotina. Assuntos como moda e beleza podem – e devem – ser abordados.

Fonte: Revista Cabelos & Cia - Agosto 2009
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